Lagarta do pinheiro, perigo para a sáude?

Lagarta do pinheiro
Lagarta do pinheiro

Prevenir, detetar e tratar a alergia às lagartas-dos-pinheiros

O contacto com a lagarta-do-pinheiro pode tornar-se tóxico e desencadear algumas reações físicas, alterando em muito a sua condição de saúde.

Por parecerem insetos inofensivos, pode ser um perigo para as crianças ou animais de estimação que têm em contacto com a uma lagarta.

Problemas respiratórios, inchaço ou irritação são alguns dos sintomas originados pela alergia à lagarta-do-pinheiro.

O que fazer no caso de ser alérgico à lagarta-do-pinheiro?

Também apelidada de processionária, a lagarta-do-pinheiro (Thaumtopoea pityocampa Shiff) é um inseto que tem como missão atuar sobre as folhas dos pinheiros e cedros, em território nacional.

Em Portugal, há área florestal muito composta por pinheiros bravos, é importante estar atento para evitar o contacto com as lagartas e ajudar a irradicação dos ninhos, através da identificação dos mesmos e comunicação aos responsáveis.

O nome deste inseto vem da forma como os mesmos se deslocam: em fila e formando longas procissões de lagartas quando passam das árvores para o solo de modo a procurarem o subsolo e entrar em processo de crisalida (metamorfose que se dá na passagem de lagarta para borboleta).

Existem duas fases na vida desta lagarta: a fase de pupa, quando está debaixo de terra e a fase adulta que ocorre formado pelos ovos e lagartos, quando ainda estão em contacto com o ar.

Este inseto enfraquece os pinheiros, provocando a morte destas árvores.

Entre janeiro e abril, as lagartas-do-pinheiro descem das árvores.

Estas datas podem não seguir um critério estanque, uma vez que a fase de deslocação deste inseto depende das circunstâncias climáticas.

Quando se desloca a lagarta liberta pelos urticantes responsáveis pela reação alérgica se em contacto com os olhos ou com as mucosas de animais e seres humanos.

Devido às alterações climáticas, nos centros urbanos, tem surgido um risco maior para desencadear uma proliferação desta praga.

Nas cidades, é necessário haver uma vigilância atenta e continuada para ser possível combater os riscos do contacto com este inseto para a saúde pública.

Havendo maior densidade populacional, a probabilidade da subida nos casos de reação alérgica é também maior.

É fácil detetar quando estamos perante um ninho de lagartas-do-pinheiro, através da observação destas árvores.

Podem ver-se tufos de agulhas avermelhadas nos ramos dos pinheiros, quando expostos ao sol.

Estes tufos são ligados por fios finos nos ramos expostos ao sol.

Estes tufos avermelhados transformam-se, na altura do outono, em bolsas de dimensão grande que compõem os ninhos destes insetos e têm uma aparência de fios brancos e sedosos.

Existem três principais sinais de reação alérgica por contacto com a lagarta-do-pinheiro que são:

Quais são os sintomas da alergia aos lagartos-do-pinheiro e como pode tratá-los?

– Urticária, ou seja, irritação da pele que origina inchaço, camada cutânea irritada, comichão, ardor e alteração da cor natural da pele, tornando-a mais avermelhada;

– Irritação ocular que muito se assemelha aos sintomas de uma conjuntivite: olhos vermelhos, inchados e com comichão;

– Alterações no aparelho respiratório que pode ser provocada por inalação dos pelos com consequência ao nível do desencadeamento de tosse ou dificuldades respiratórias que podem variar na sua gravidade.

Estes sintomas podem surgir, nos primeiros minutos após o contacto com estes insectos, mas podem manifestar-se após 1 ou 2 horas.

Se esteve em contacto com os insetos e manifestar algum dos sintomas acima indicados, pode consultar, a seguir, alguns conselhos de tratamentos para a alergia às lagartas-dos-pinheiros:

– Lavar a pele ou os olhos com água corrente em abundância;

– Com a ajuda de um adesivo, por exemplo, deve remover os pelos urticantes que possam ter ficado agarrados à sua pele;

– Mudar, de imediato, a sua roupa e optar por fazer a lavagem a altas temperaturas (pelo menos de 60 graus centigrados (a proteína dos pelos urticantes – taumatopoína – só é passível de desnaturação a partir destas temperaturas.

– Aplicar uma pomada à base de corticoides no local onde a pele está irritada;

– Tomar um anti-histamínico.

Lagarta do pinheiro alergias

Se os sintomas da reação alérgica às lagartas-dos-pinheiros surgiram através do contacto ocular com os pelos urticantes, deve consultar um oftalmologista.

Se a reação alérgica for mais grave, deve dirigir-se às urgências de um hospital para ser visto por um médico o mais rapidamente possível.

Pode optar, também, por ligar para o 112 ou para o 808 250 250 que é o contacto do Centro de Informação Anti-Venenos (CIAV).

Pode, também, ligar para a linha Saúde 24 para esclarecer dúvidas em relação à causa da sua reação alérgica e ser encaminhado, se necessário, para o hospital da área de residência através do 808 24 24 24.

Se for um animal a ter contacto com a praga das lagartas-do-pinheiro, deve ter em conta que a recção alérgica a estes insetos também pode ocorrer, nomeadamente quando se trata de cães ou de gatos.

Nesse caso, se suspeitar de sintomas, deve entrar em contacto com um veterinário.

Os sintomas, nos animais domésticos, podem estar relacionados com o inchaço do focinho, vómitos, urticária, apatia, perda de apetite, salivação excessiva, alterações oculares ou dificuldade em engolir

Note-se que os tratamentos químicos não resultam eficazmente no sentido de erradicar esta praga e alguns municípios têm optado por fazer uma atuação que consiste na identificação dos ninhos das lagartas-dos-pinheiros, remoção e queima dos mesmos.

Estas queimas para erradicação dos ninhos dos insetos podem, contudo, originar fumos que têm grau de toxicidade ativos.

Após isso, são colocadas cintas de plástico ou de papel, com uma espécie de cola, preventiva do reaparecimento de novos ninhos nos pinheiros ou cedros.

Os responsáveis pelas autarquias dos municípios afetados por esta praga, pedem a comunicação da população, caso estejam a par de algum caso de existência de ninhos das lagartas-dos-pinheiros.

Se tem por hábito passear em locais compostos por pinheiros bravos ou cedros, acautele-se e vigie as suas crianças e animais de estimação de modo a prevenir-se em relação aos sintomas supracitados que causam muito desconforto.

É de salientar que o tratamento desta praga nunca deve passar pelo derrubamento de árvores pelo papel fundamental no nosso ecossistema.