A Comissão Europeia garantiu hoje “todo o apoio necessário” aos Estados-membros da União Europeia (UE) perante eventuais casos importados de mpox (anteriormente conhecida como varíola dos macacos), após a identificação de uma nova variante mais perigosa na Suécia, proveniente de África. A comissária europeia para a Saúde, Stella Kyriakides, sublinhou a importância de uma vigilância apertada.
Numa publicação na rede social X (anteriormente Twitter), Kyriakides informou que já discutiu os últimos desenvolvimentos com Jacob Forssmed, ministro dos Assuntos Sociais e da Saúde Pública da Suécia, após a notificação do caso de mpox clade 1 no país. “A vigilância e a preparação são de extrema importância”, afirmou a comissária, garantindo que a UE “continuará a prestar todo o apoio necessário”.
Esta posição surge no mesmo dia em que a UE discute novas medidas numa reunião técnica, em resposta à emergência de saúde pública internacional declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) face ao surto de mpox na República Democrática do Congo.
A reunião é conduzida pelo Comité de Segurança da Saúde da União Europeia, que é composto por especialistas da Comissão Europeia e dos Estados-membros, e tem como objetivo coordenar uma resposta rápida a ameaças sanitárias transfronteiriças graves.
Na sexta-feira, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) alertou para a alta probabilidade de surgirem mais casos de mpox na UE, após a identificação da nova variante clade 1 na Suécia. De acordo com o ECDC, esta é a variante mais perigosa da doença.
No entanto, o ECDC referiu que, desde que os casos sejam diagnosticados rapidamente e sejam aplicadas medidas de controlo adequadas, o risco de transmissão sustentada na Europa é muito baixo.
Ainda na sexta-feira, a Direção-Geral da Saúde de Portugal esclareceu que nenhum dos casos de mpox registados no país envolve a variante mais perigosa (clade 1).
Na sequência do primeiro caso desta nova variante mais contagiosa na Suécia, a OMS emitiu um alerta para a possibilidade de mais casos importados de mpox na Europa, recordando que esta é a segunda vez, em dois anos, que a doença é considerada uma ameaça potencial à saúde pública global. A nova variante, mais transmissível e perigosa do que a anterior, pode ser transmitida através de contacto próximo, sem necessidade de contacto sexual.
O mpox é transmitido principalmente através de contacto próximo com pessoas infetadas, incluindo em contexto sexual, reforçando assim a necessidade de vigilância e de uma resposta célere para conter potenciais surtos.